Entende-se a autoestima como o valor percebido do sujeito sobre si mesmo, e esse valor é construído diante de suas experiências com os outros, com o mundo e consigo mesmo, desde a infância primeira. Moysés (2001)
Uma vez que o meio e as pessoas significativas, bem como suas primeiras experiências infantis não contribuíram significativamente para a construção de uma autoestima saudável, o adulto torna-se inseguro, tímido, embotado e com pouca confiança para se relacionar.
Para Sheehan (2005) “passamos a nos enxergar como as pessoas nos enxergam”. A crença construída no decorrer da história vivida atribui à pessoa um baixo valor, uma sensação de inadequação, incompetência, não merecimento e etc.
Segundo Branden (1997), a autoestima pode ser comparada a uma espécie muito particular de sensação que engloba aspectos pessoais de competência e merecimento: (…) de todos os julgamentos pelos quais passamos na vida, nenhum é mais importante do que aquele que fazemos sobre nós mesmos. Nosso conceito próprio tende a ser nosso destino (p.90).
Diante da minha experiência clínica, pessoas que tiveram uma infância traumática, abusiva, ou experimentaram a falta de vínculo com as figuras parentais, ou um mundo com pouca base e sustentação, tornaram-se adultos inseguros, com baixa autoestima e com dificuldades de relacionamentos interpessoais e na maioria das vezes, com algum transtorno de personalidade como: Borderline, Dependente, De Esquiva, Narcisista e etc. *(CID 10 em critérios diagnósticos)
A terapia tem como objetivo trazer à consciência o modo e o mundo que essa pessoa viveu a sua história e o quanto sua personalidade e confiança foram comprometidas pelos mesmos. Através do cuidado presente na relação terapeuta-paciente é possível desenvolver gradativamente, bases seguras para construir ou reconstruir uma estima valorosa e a segurança para se relacionar com o mundo e com os outros de modo possível e saudável, diminuindo o temor e a insegurança.
Uma vez que a pessoa compreende e elabora sua história, tornando-se consciente e responsável por ela mesmo, pode então, cuidar de si, construindo um Eu consistente e seguro para se relacionar com os outros e com o mundo.
De acordo com Balona (2003), não se trata de uma postura egóica ou arrogante, mas de uma construção saudável:
A liberdade ampla de expressão pessoal permite à pessoa fortalecer a relação sadia consigo mesma. A autoadmiração; o auto espeito, o sentimento de competência e valor, formam o autoconceito positivo, responsável pela nossa visão de mundo e das outras pessoas (p. 133).
Em suma:
O Eu inseguro devido falta de bases e a percepção de mundo ameaçador, bem como traumas, abusos, violências e falta de vínculo parental, podem contribuir para um adulto com baixa autoestima, insegurança e transtornos de personalidade.
A terapia tem como objetivo tornar o sujeito consciente e responsável por sua história, além de construir através do vínculo e o cuidado terapêutico, bases e percepções seguras para um Eu consistente e capaz de se relacionar de modo mais seguro consigo, com os outros e com o mundo.
Referências:
ABNT. WELLS, R. H. C. et al. CID-10: classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saude. . São Paulo: EDUSP. . Acesso em: 24 jan. 2024. , 2011.
Balona, M. (2003). Autocura Através da Reconciliação. 2ª ed. Rio de Janeiro: IIPC.
Branden, N., (1997). Auto-estima, Liberdade e Responsabilidade. Tradução de Maria Silvia M. Netto. São Paulo: Saraiva.
Moysés, l., (2001). A Auto-estima se Constrói Passo a Passo. São Paulo: Papiros.
Sheehan, E., (2005). Baixa autoestima: Esclarecendo suas dúvidas. Curitiba: Agora.
Psicoterapeuta experiente, Pós Graduado na Santa Casa de SP, bem avaliado, com abordagem humanizada e consultórios bem localizados em SP.